domingo, 29 de novembro de 2009

Fragmentos...

À existência de um longa-metragem como Diário de
Sintra se deve, já de partida, uma celebração. Um
projeto pequeno, gestado por anos a fio, de orça-
mento reduzidíssimo, que atravessa países e épocas
diferentes, e que é concebido e executado sem uma
concessão sequer. Um filme que é devedor exclusi-
vo da relação de uma cineasta com os materiais es-
pecíficos de seu trabalho e dos territórios que eles
habitam – imagens e sons de um período, de uma
convivência, de um retorno, e o que isso pode dizer
sobre o cinema, sobre a arte. A circulação do filme
de Paula Gaitán por festivais nacionais e internacio-
nais, a repercussão desse primeiro contato com a
obra, prêmios que viabilizaram sua distribuição co-
mercial e, então, a chegada às salas de cinema: de-
marcação de uma pequena vitória, e também o mo-
mento de se interromper o tom celebratório simples.

Rodrigo de Oliveira/2009

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