terça-feira, 27 de outubro de 2009

Interação "Diário de Sintra"

O poema de Maira traduz a alma do Diário de Sintra. Espelhar imagens, reconstruir a memória e trazer o mais profundo a tona em versos delicados e e sensíveis...
Como você vê os versos de Maira? Quais imagens lhe vêm a memória ao mergulhar em sua poesia? O Diário de Sintra convida você, que é universitário das áreas de cinema, artes plásticas, design, teatro, música ou moda, a expressar este poema através de um vídeo, de até um minuto, nos enviar através do email filmediariodesintra@gmail.com
Você concorrerá a 5 convites-duplos para assistir o longa de Paula Gaitán. A cada semana serão escolhidos pela produção os 2 melhores vídeos, que serão postados no canal no Youtube e aqui no blog. Os melhores da semana entrarão na disputa final pelos 5 vídeos que o traduzam de forma mais inspirada....
Envie o seu vídeo em formato MOV ou AVI para o e-mail filmediariodesintra@gmail.com, junto com seu nome e/ou do grupo, faculdade, curso, cidade, estado e idade.
O resultado final sairá dia 30 de Novembro de 2009.
Mostre seu olhar. A sua imagem...

-x-

Nada-se no ar, o olhar segue essas linhas e esquece
o peso da matéria,
assim como a memória...
Penso nas árvores que
procuram constantemente
seu equilíbrio aéreo.
A cada hora ele construía
um sonho esta falsa
pátria e nunca deixava
de sonhar
Caminhos que levam a
Sintra, ou talvez a lugar
nenhum, imagens que ultrapassam a memória
e comunicam apenas
uma parte do seu
segredo...
Linhas que se entrecruzam
fluxo do tempo
e um tempo remoto
e um tempo presente
Tempo perdido, tempo
redescoberto,
linhas fulgazes
tempo que está
separado de outro tempo,
um tempo que morre
um tempo que está
separado de outro
tempo, mas que
se torna presente.
A paisagem não é
habitada e vivida
e vista por alguém
que se encontra em exílio... em exílio...
Sinto-me agora como
se estivesse construindo
uma ponte delicada
e intrincada na noite
silenciosa cruzando as
trevas de uma tumba
a outra enquanto o
gigante dorme ...

Nosso céu não é feito de
luz. Nosso céu é feito
de lamentações aquosas
entre gritos sonolentos
de túmulos perdidos...
Nosso céu tem
no ventre o infortúnio da
cólera.

(Maira Senise)

Fragmentos #4






Fotos por Paula Gaitán