quarta-feira, 28 de outubro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Interação "Diário de Sintra"

O poema de Maira traduz a alma do Diário de Sintra. Espelhar imagens, reconstruir a memória e trazer o mais profundo a tona em versos delicados e e sensíveis...
Como você vê os versos de Maira? Quais imagens lhe vêm a memória ao mergulhar em sua poesia? O Diário de Sintra convida você, que é universitário das áreas de cinema, artes plásticas, design, teatro, música ou moda, a expressar este poema através de um vídeo, de até um minuto, nos enviar através do email filmediariodesintra@gmail.com
Você concorrerá a 5 convites-duplos para assistir o longa de Paula Gaitán. A cada semana serão escolhidos pela produção os 2 melhores vídeos, que serão postados no canal no Youtube e aqui no blog. Os melhores da semana entrarão na disputa final pelos 5 vídeos que o traduzam de forma mais inspirada....
Envie o seu vídeo em formato MOV ou AVI para o e-mail filmediariodesintra@gmail.com, junto com seu nome e/ou do grupo, faculdade, curso, cidade, estado e idade.
O resultado final sairá dia 30 de Novembro de 2009.
Mostre seu olhar. A sua imagem...

-x-

Nada-se no ar, o olhar segue essas linhas e esquece
o peso da matéria,
assim como a memória...
Penso nas árvores que
procuram constantemente
seu equilíbrio aéreo.
A cada hora ele construía
um sonho esta falsa
pátria e nunca deixava
de sonhar
Caminhos que levam a
Sintra, ou talvez a lugar
nenhum, imagens que ultrapassam a memória
e comunicam apenas
uma parte do seu
segredo...
Linhas que se entrecruzam
fluxo do tempo
e um tempo remoto
e um tempo presente
Tempo perdido, tempo
redescoberto,
linhas fulgazes
tempo que está
separado de outro tempo,
um tempo que morre
um tempo que está
separado de outro
tempo, mas que
se torna presente.
A paisagem não é
habitada e vivida
e vista por alguém
que se encontra em exílio... em exílio...
Sinto-me agora como
se estivesse construindo
uma ponte delicada
e intrincada na noite
silenciosa cruzando as
trevas de uma tumba
a outra enquanto o
gigante dorme ...

Nosso céu não é feito de
luz. Nosso céu é feito
de lamentações aquosas
entre gritos sonolentos
de túmulos perdidos...
Nosso céu tem
no ventre o infortúnio da
cólera.

(Maira Senise)

Fragmentos #4






Fotos por Paula Gaitán

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

na Revista Movie...




Entrevista

Por que voltar a Sintra 25 anos depois? Como surgiu esta ideia?

Tinha realizado essas filmagens em super-8 no período entre 79 e 81, em vez de escrever poemas (sou poeta e artista visual, também). Filmava como escrevia, diariamente, minhas impressões sobre a viagem, como anotações, diário.

Fiz mais de 40 documentários desde esse período até 2007 (Uaka, Lygiapape e muitos outros no tempo em que morei na Colômbia). Senti a necessidade, depois de ter realizado alguns filmes, de construir esse ensaio pessoal sobre o período de Sintra, investigar o território da memória, da memória involuntária, da construção imagética a partir desse tema. Ganhei um edital do Rumos (Itaú Cultural), e decidi fazer o longa.

Trata-se de um filme em primeira pessoa, uma viagem de reminiscências, uma viagem física até Portugal, país ao qual eu não tinha voltado desde 81, e em paralelo uma viagem da memória. Trata-se de um filme sensorial, afetivo, pessoal, um filme de amor, sobre a perda, um ensaio sobre eu mesma, sobre minha família, sobre Glauber, meu companheiro. Passado, presente e futuro, tudo está incluído nesse Tempo - tempos paralelos, que se mesclam e dialogam, o presente dialoga com o passado numa interpolação de tempos.

domingo, 25 de outubro de 2009

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Agende-se!


Agendamos a primeira leva de exibições nos Cineclubes cariocas. Acompanhe a agenda:

05/11/2009: exibição + debate na ECO / UFRJ
14/11/2009: exibição + debate no Subúrbio em Transe (Vista Alegre)
26/11/2009: exibição + debate na Belas Artes / UERJ

Caso outros cineclubes cariocas ou até mesmo outros do resto do Brasil se interessarem pelo filme, não hesitem: entrem em contato conosco por alguma das fontes linkadas no blog, ou pelos e-mails daniel@tempopresente.org ou diariodesintrarebecca@gmail.com

Será um prazer estar com vocês. Abraço grande e bom final de semana!

Fragmentos #2




quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Teaser do "Diário de Sintra"


Fragmentos #2

O que me parece importante enfatizar no “Diário de Sintra” é, em primeiro lugar, o seu caráter de documentário reflexivo. É a partir desse ponto que se pode estruturar um trabalho autêntico, singular, poético, forte e apaixonante. Refletida essa questão, as demais vão ganhar respostas, pois se encontram submetidas a isto.

A força desse projeto, no meu entender, está na ênfase sobre o olhar, sobre a memória afetiva e crítica sobre aquele período em que vivi ao lado de Glauber e meus filhos em Portugal. Ao chamar a atenção para o olhar, ganham destaque os meios e as mediações que constroem meu discurso. O que estrutura meu olhar sobre o mundo sensível? As texturas do filme, as composições de imagem e som, a montagem que segue um fluxo mental e extremamente singular e pessoal, mas que através disso pode atingir os espectadores. É o processo de entendimento do mundo através da memória que precisa ficar claro. Por isso não é, e não se propõe realista, não é uma “janela sobre o mundo”. A ênfase não é sobre o real, mas sobre a memória e a forma que ela constrói o real. A consciência sobre os mecanismos de medição é algo fundamental.

Não é um filme de caráter jornalístico ou histórico no sentido de que pretende esmiuçar detalhadamente uma questão ou um evento .Tão pouco é um filme de encontros onde se destacam os momentos singulares entre realizador e personagens registrado pela câmera

Glauber aparece através do meu olhar ,que hoje, olha para aquele momento de nossas vidas com 25 anos de acúmulos e reflexões. O momento tão pouco conhecido da vida de Glauber, os meses que antecederam sua morte, o momento que ele denominou de “intervalo”, de “fim de um ciclo”

Glauber inicia no final dos anos 60 uma peregrinação pelo mundo que reforça esse movimento. É um nômade. Vive o movimento de descolonização da África. Em 1974 a revolução dos cravos faz sentir esse movimento em Portugal. Caminha entre a estética da fome e a estética do sonho.

Trailer de "Diário de Sintra", de Paula Gaitán


Fragmentos #1

... entender que “Diário de Sintra” se trata de duas viagens paralelas. Uma viagem física a cidade de Sintra depois de 25 anos sem nunca ter voltado lá, e uma outra viagem que é da memória, de como se dá esse meu olhar nesse "entre" as coisas. A reflexão sobre aquele período passa por uma interiorização desse processo através da sensibilidade de uma certa subjetividade. Compreendi que a força desse projeto está na ênfase sobre o olhar, sobre a memória afetiva e crítica através dos quais posso construir minha trajetória ao lado de Glauber. Minha história, minha sensibilidade, é objeto tanto quanto a vida de Glauber.